Bullying
Bullying (anglicismo,
bullying,
pronuncia-se AFI: [ˈbʊljɪŋ], vagamente
"bôliê-n") é um termo utilizado para descrever atos de violência
física ou psicológica,
intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês
bully, tiranete ou valentão) ou grupo de indivíduos
causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de
poder.
Em 20%
dos casos as pessoas são simultaneamente vítimas e agressoras de bullying, ou
seja, em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de
assédio escolar pela turma. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre
fora da visão dos adultos e grandes parte das vítimas não reage ou fala sobre a
agressão sofrida
Caracterização do assédio escolar
Acossamento, ou "intimidação" ou
entre falantes de língua inglesa bullying é um termo
frequentemente usado para descrever uma forma de assédio
interpretado por alguém que está de alguma forma, em condições de exercer o seu
poder sobre alguém ou sobre um grupo mais fraco.
O
cientista sueco - que trabalhou por muito tempo em Bergen (Noruega) - Dan
Olweus define assédio escolar em três termos essenciais:
- O comportamento é agressivo e negativo;
- O comportamento é executado repetidamente;
- O comportamento ocorre num relacionamento onde há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
O assédio
escolar divide-se em duas categorias:
- Assédio escolar direto;
- Assédio escolar indireto, também conhecido como agressão social.
O bullying
direto é a forma mais comum entre os agressores (bullies)
masculinos. A agressão social ou bullying indireto é a forma mais
comum em bullies do sexo feminino e crianças pequenas, e é caracterizada
por forçar a vítima ao isolamento social. Este isolamento é obtido por meio de
uma vasta variedade de técnicas, que incluem:
- Espalhar comentários;
- Recusa em se socializar com a vítima;
- Intimidar outras pessoas que desejam se socializar com a vítima;
- Ridicularizar o modo de vestir ou outros aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, religião, incapacidades etc.).
O assédio
pode ocorrer em situações envolvendo a escola ou faculdade/universidade,
o local de trabalho, os vizinhos e até mesmo países. Qualquer que seja a
situação, a estrutura de poder é tipicamente evidente entre o agressor (bully)
e a vítima.
Para aqueles fora do relacionamento, parece que o poder do agressor depende
somente da percepção da vítima, que parece estar a mais intimidada
para oferecer alguma resistência. Todavia, a vítima geralmente tem motivos para
temer o agressor, devido às ameaças ou concretizações de violência
física/sexual, ou perda dos meios de subsistência.
Devem-se
encorajar os alunos a participarem ativamente da supervisão e intervenção dos
atos de bullying, pois o enfrentamento da situação pelas testemunhas demonstra
aos autores do bullying que eles não terão o apoio do grupo. Outra estratégia é
a formação de grupos de apoio, que protegem os alvos e auxiliam na solução das
situações de bullying. Alunos que buscam ajuda têm 75,9% de reduzirem ou
cessarem um caso de bullying.
Os
professores devem lidar e resolver efetivamente os casos de bullying, enquanto
as escolas devem aperfeiçoar suas técnicas de intervenção e buscar a cooperação
de outras instituições, como os centros de saúde, conselhos tutelares e redes
de apoio social.
Características dos bullies
Pesquisas
indicam que adolescentes agressores têm personalidades autoritárias, combinadas
com uma forte necessidade de controlar ou dominar. Também tem sido sugerido que uma
deficiência em habilidades sociais e um ponto de vista preconceituoso sobre
subordinados podem ser particulares fatores de risco. Estudos adicionais têm
mostrado que enquanto inveja e ressentimento podem ser motivos para a prática
do assédio escolar, ao contrário da crença popular, há pouca evidência que
sugira que os bullies (ou bulidores) sofram de qualquer déficit de autoestima.
Outros pesquisadores também identificaram a rapidez em se enraivecer e usar a
força, em acréscimo a comportamentos agressivos, o ato de encarar as ações de
outros como hostis, a preocupação com a autoimagem e o empenho em ações obsessivas
ou rígidas.
É
frequentemente sugerido que os comportamentos agressivos têm sua origem na
infância:
"Se o comportamento
agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual.
Realmente, há evidência documental que indica que a prática do assédio escolar
durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e
violência doméstica na idade adulta".
O assédio
escolar não envolve necessariamente criminalidade ou violência. Por exemplo, o
assédio escolar frequentemente funciona por meio de abuso psicológico ou
verbal.
Os bullies
sempre existiram, mas eram (e ainda são) chamados em português de rufias,
esfola-caras, brigões, acossadores, avassaladores, valentões e verdugos.
Os valentões
costumam serem hostis intolerantes e usar a força para resolver seus problemas.
Porém, eles também frequentemente foram vítimas de violência, maus-tratos,
vulnerabilidade genética, falência escolar e experiências traumáticas.
Comportamentos autodestrutivos como consumo de álcool e drogas e correr riscos
desnecessários são vistos com mais frequência entre os autores de bullying.
Quanto
mais sofrem com violência e abusos, mais provável é deles repetirem esses comportamentos
em sua vida diária e negligenciarem seu próprio bem estar.
Tipos de assédio escolar
Os bullies
usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação para atormentar os
outros. Alguns exemplos das técnicas de assédio escolar:
- Insultar a vítima;
- Acusar sistematicamente a vítima de não servir para nada;
- Ataques físicos repetidos contra uma pessoa seja contra o corpo dela ou propriedade.
- Interferir com a propriedade pessoal de uma pessoa, livros ou material escolar, roupas, etc., danificando-os.
- Espalhar rumores negativos sobre a vítima;
- Depreciar a vítima sem qualquer motivo;
- Fazer com que a vítima faça o que ela não quer, ameaçando-a para seguir as ordens;
- Colocar a vítima em situação problemática com alguém (geralmente, uma autoridade), ou conseguir uma ação disciplinar contra a vítima, por algo que ela não cometeu ou que foi exagerado pelo bullying;
- Fazer comentários depreciativos sobre a família de uma pessoa (particularmente a mãe), sobre o local de moradia de alguém, aparência pessoal, orientação sexual, religião, etnia, nível de renda, nacionalidade ou qualquer outra inferioridade depreendida da qual o bullying tenha tomado ciência;
- Isolamento social da vítima;
- Usar as tecnologias de informação para praticar o cyberbullying (criar páginas falsas, comunidades ou perfis sobre a vítima em sites de relacionamento com publicação de fotos etc.);
- Chantagem;
- Expressões ameaçadoras;
- Grafitagem depreciativa;
· Usar de sarcasmo evidente
para se passar por amigo (para alguém de fora) enquanto assegura o controle e a
posição em relação à vítima (isto ocorre com frequência logo após o bullying
avaliar que a pessoa é uma "vítima perfeita");
· Fazer que a vítima passe
vergonha na frente de várias pessoas.
Alcunhas ou apelidos (dar nomes)
Normalmente, uma alcunha (apelido) é dada a alguém por um amigo, devido a uma característica única dele. Em alguns casos, a concessão é feita por uma característica que a vítima não quer que seja chamada, tal como uma orelha grande ou forma obscura em alguma parte do corpo. Em casos extremos, professores podem ajudar a popularizá-la, mas isto é geralmente percebido como inofensivo ou o golpe é sutil demais para ser reconhecido. Há uma discussão sobre se é pior que a vítima conheça ou não o nome pelo qual é chamada. Todavia, uma alcunha pode por vezes tornar-se tão embaraçosa que a vítima terá de se mudar (de escola, de residência ou de ambos).
Indicativos de estar sofrendo bullying
Sinais e
sintomas possíveis de serem observados em alunos alvos de bullying:
- Enurese noturna (urinar na cama);
- Distúrbios do sono (como insônia);
- Problemas de estômago;
- Dores e marcas de ferimentos;
- Síndrome do intestino irritável;
- Transtornos alimentares;
- Isolamento social/ poucos ou nenhum amigo;
- Tentativas de suicídio;
- Irritabilidade / agressividade;
- Transtornos de ansiedade;
- Depressão maior;
- Relatos de medo regulares;
- Resistência/aversão a ir à escola;
- Demonstrações constantes de tristeza;
- Mau rendimento escolar;
- Atos deliberados de autoagressão.
Criado por: Pedro Henrique
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